Uma caminhada de 190Km em 5 dias exige alguma preparação. Após investigar na internet e ter interpelado algumas pessoas que já o tinham feito, é necessário alinhavar uma boa estratégia. Estas indicações são adequadas a peregrinações, mas também a visitas a grandes cidades, como Paris, Londres, Nova Iorque, etc., que nos obrigam a caminhar de manhã à noite...
T-9: "Descobri um site muito jeitoso com informação sobre a melhor forma de preparar os "veículos" para estas andanças. Não estou a ver por aqui muita gente com os mesmo acessos de loucura que nós os dois, mas fica aqui a informação: tipos de calçado, prevenção de bolhas, meias, etc...
1 – Fazer caminhadas regulares:
Dependendo da forma física, da idade e do estado de saúde de cada um, é importante reservarmos umas semanas para fazer umas caminhadas. Começando com pequenos passeios e terminando em jornadas mais longas, é fulcral preparar as nossas pernas para o que aí há-de vir. No meu caso, como ia com alguma regularidade ao ginásio e gostava de correr, 2 semanas antes comecei com uma caminhada de 1 hora e no final fiz uma de 4h, com uma velocidade média de 5Km/h. Os especialistas dizem que estamos preparados a nível cardio-respiratório a partir do momento em que os nossos sinais vitais, ao fim de duas horas a andar, se mantiverem estáveis.
T-12: "Hoje (Sábado) consegui acordar mais cedo para fazer uma caminhada de 1 hora. Correu muito bem para a hora que era: fui de casa à praia, andei por lá um bocado e voltei para cima. Quando parei, reparei que a minha casa tinha adoptado um movimento rotativo fora do normal... Não sei o que terá sido, mas depois de ter devorado a nata que comprei pelo caminho, o fenómeno desapareceu. Coisas estranhas acontecem...."
Aconselho estas caminhadas também porque ajudam a encontrar os nossos “pontos fracos”. Por exemplo, no meu caso, percebi que iria fazer uma bolha num dedo do pé, porque uma unha de outro dedo roçava, criando atrito. Já o meu marido começou sentir alguma dor antevendo joanetes. Deste modo, quando começámos a “peregrinar”, levávamos os pés convenientemente protegidos por pensos e acessórios em gel/silicone, impedindo o aparecimento de problemas…
T-10: "Hoje, eu e o maridão fizemos uma caminhada de 1h40. Estava um final de tarde excelente e vimos gente a fazer praia até ao por-do-sol. Coisa estranha para a época... :)" - É preciso explicar que este verão as condições climatéricas foram pouco convidativas a banhos!
Mas como este verão foi ainda mais instável do que os mercados financeiros em época de recessão, houve dias em que foi preciso muita perseverança e espírito de sacrifício para concretizar estas caminhadas de preparação...
T-8: "Este tempinho chupeta não está a ajudar nada à festa... Se isto não melhora até logo, vou ter que recorrer a uma alternativa nada agradável: andar durante 2 horas sem sair do sítio parece-me simplesmente intragável!!!"
T-7: "Correu muito bem a caminhada, sim senhora. Ao fim de 15 minutos começou a chuviscar. Mas, cheia de vontade em ultrapassar estas "piquenas dificuldades" continuei a afastar-me de casa. Pouco faltou para estar abrigada numa paragem de autocarro, toda ensopada, à espera, não que parasse de chover, mas que chovesse um pouco menos. Conclusão: só andei 45 minutos :( Amanhã vou de impermeável e galochas.... Assim não está fácil!
T-9: "Descobri um site muito jeitoso com informação sobre a melhor forma de preparar os "veículos" para estas andanças. Não estou a ver por aqui muita gente com os mesmo acessos de loucura que nós os dois, mas fica aqui a informação: tipos de calçado, prevenção de bolhas, meias, etc...
1 – Fazer caminhadas regulares:
Dependendo da forma física, da idade e do estado de saúde de cada um, é importante reservarmos umas semanas para fazer umas caminhadas. Começando com pequenos passeios e terminando em jornadas mais longas, é fulcral preparar as nossas pernas para o que aí há-de vir. No meu caso, como ia com alguma regularidade ao ginásio e gostava de correr, 2 semanas antes comecei com uma caminhada de 1 hora e no final fiz uma de 4h, com uma velocidade média de 5Km/h. Os especialistas dizem que estamos preparados a nível cardio-respiratório a partir do momento em que os nossos sinais vitais, ao fim de duas horas a andar, se mantiverem estáveis.
T-12: "Hoje (Sábado) consegui acordar mais cedo para fazer uma caminhada de 1 hora. Correu muito bem para a hora que era: fui de casa à praia, andei por lá um bocado e voltei para cima. Quando parei, reparei que a minha casa tinha adoptado um movimento rotativo fora do normal... Não sei o que terá sido, mas depois de ter devorado a nata que comprei pelo caminho, o fenómeno desapareceu. Coisas estranhas acontecem...."
Aconselho estas caminhadas também porque ajudam a encontrar os nossos “pontos fracos”. Por exemplo, no meu caso, percebi que iria fazer uma bolha num dedo do pé, porque uma unha de outro dedo roçava, criando atrito. Já o meu marido começou sentir alguma dor antevendo joanetes. Deste modo, quando começámos a “peregrinar”, levávamos os pés convenientemente protegidos por pensos e acessórios em gel/silicone, impedindo o aparecimento de problemas…
T-10: "Hoje, eu e o maridão fizemos uma caminhada de 1h40. Estava um final de tarde excelente e vimos gente a fazer praia até ao por-do-sol. Coisa estranha para a época... :)" - É preciso explicar que este verão as condições climatéricas foram pouco convidativas a banhos!
Mas como este verão foi ainda mais instável do que os mercados financeiros em época de recessão, houve dias em que foi preciso muita perseverança e espírito de sacrifício para concretizar estas caminhadas de preparação...
T-8: "Este tempinho chupeta não está a ajudar nada à festa... Se isto não melhora até logo, vou ter que recorrer a uma alternativa nada agradável: andar durante 2 horas sem sair do sítio parece-me simplesmente intragável!!!"
T-7: "Correu muito bem a caminhada, sim senhora. Ao fim de 15 minutos começou a chuviscar. Mas, cheia de vontade em ultrapassar estas "piquenas dificuldades" continuei a afastar-me de casa. Pouco faltou para estar abrigada numa paragem de autocarro, toda ensopada, à espera, não que parasse de chover, mas que chovesse um pouco menos. Conclusão: só andei 45 minutos :( Amanhã vou de impermeável e galochas.... Assim não está fácil!
T-4: "Pois bem, depois de umas voltinhas no "veículo", hoje foi o dia do derradeiro test-drive. Saí de casa e resolvi ir a Espinho comer um gelado no meu novo veículo. Resultado final: 20Km, 3h55min, duas bolhas muito pequeninas que já chegaram rebentadas a casa (não doem, por isso) e de novo uma corzinha na cara (assim como novas marcas de bronzeado à ciclista). O "veículo" passou no teste com distinção, até porque as meias estavam praticamente secas! Isto equivale a meio dia de caminhada. Será que amanhã me vou conseguir levantar para ir trabalhar???
T-3: "Amigos! Sobrevivi à caminhada de ontem (20 Km / 4 h). Dormi muito pouco e quando acordei pensei que me ia estatelar ao comprido no chão, mas isso não aconteceu, graças ao Jesus e à minha Senhora que já lá está à minha espera! ;) O banho de cloreto de sódio em solução aquosa (água com sal) e a pomadinha ultra-hidratante com aroma a alfazema deixaram os pés como novos! - Tratamento aplicado depois da caminhada, antes de deitar - As 2 bolhitas, aparentemente inofensivas ontem, não doem, mas estão cá, as malandras... Por muito rentes que corte as unhas, e ainda que lhes passe a lima, é inevitável. Assim, hoje vão receber um sobretudo bem confortável (compeed) ao final da tarde para uma nova caminhada, desta vez de, no máximo, 2h. Mas não são tudo rosas... Depois de duas noites mal dormidas e de uma caminhada destas, ainda que não tenha grandes dores, estou cheia de soooooooono!!!
T-2: "A caminhada de ontem não se concretizou. O cansaço gerado pelos últimos dias e um maridão extremoso não me deixaram testar uma vez mais os meus limites, sob pena de chegar o dia D e estar sem forças! Assim sendo, resolvemos aproveitar o tempo e organizar o itinerário. E porque este "evento" faz parte das celebrações do nosso 3º aniversário (13/09/2008), decidimos que havíamos de o iniciar precisamente no local onde se deu o enlace - Mosteiro da Serra do Pilar!!!"
2 - Levar um calçado confortável:
O melhor calçado que podemos levar é o que nos fizer sentir mais confortáveis. Mas, atenção, nada de sabrinas ou chinelos de dedo! Posso dizer que as únicas dores que tive (e não foram poucas) foram na planta do pé e as minhas sapatilhas tinham uma boa sola. Ao fim de pouco tempo a caminhar, qualquer pedrinha que pisemos parece-nos calhaus ou agulhas, pelo que o amortecimento é fulcral.O calçado deve ser ajustado ao tipo de pavimento sobre o qual vão caminhar. No meu caso fiz grande parte do percurso em estrada, mas não prescindi de uns passeios pelos Caminhos de Santiago, que são mais irregulares, mas consideravelmente mais aprazíveis. As minhas sapatilhas, quer eram de outdoor, saíram-se lindamente nas duas situações! Mas sinto que se tivesse levado umas palmilhas de gel/silicone, as dores poderiam ter sido muito atenuadas...
Devemos optar por um calçado respirável, já que a humidade no pé é uma das principais causas de aparecimento de bolhas. Sapatilhas com "rede" são o mais indicado. Mas tenham em atenção o tamanho da malha, para não entrarem areias ou pedras. Há também quem vá mudando de calçado para não sacrificar o pé sempre no mesmo sítio. Neste caso, uma boa opção será usar sandálias outdoor com meias calçadas. Além de aliviar o pé, refresca-o e seca-o.
Relativamente ao tamanho é preciso notar que, quanto mais ajustado ao pé, menor será a abrasão, logo, menor será a probabilidade de aparecerem bolhas. Contudo, uma sapatilha apertada, tendo em conta que o pé irá inchar ao longo do dia e da caminhada e que se deverá somar 1 ou 2 pares de meias grossas, poderá tornar-se extremamente desconfortável. O ideal será 1 ou 2 números acima do que usamos no dia-a-dia.
T-10: "Descobri que os meus pés cresceram este verão e preciso de umas sapatilhas largas! Já me estou a ver em peregrinação de sandaleca e meia branca por baixo!!! Mas para fugir aos estereótipos gerados para os turistas europeus, prometo fazê-lo com dignidade!"
T-10: "Problema das sapatilhas resolvido, acho eu... Entre tanta sapatilha, lá desencantei do baú umas mais largas e velhas. Inclusivamente acho que já têm sistema próprio de arrefecimento/ventilação! É o que se quer... De qualquer modo, não vou por de lado as sandalecas e 4ª feira vou à decathlon ver se arranjo umas potentes. Isso e umas "meias anti-bolhas" (as coisas que eles inventam e as coisas que eu descubro)."
Enquanto o pé estiver muito folgado, uma boa solução económica e eficaz será utilizar um penso higiénico que, além de preencher o espaço vazio, ajuda a eliminar a transpiração. No meu caso não levei pensos porque as sapatilhas eram muito respiráveis e as meias eram muito boas.
T-5: "Grupo, apresento-vos o veículo. Veículo, apresento-te o grupo!" - acabei por comprar umas sapatilhas novas, porque não me sentia verdadeiramente confortável com nenhumas das minhas pois, ao fim de umas horas de caminhada, me pareciam apertadas.
As meias deverão ser grossas e não ter costuras. Caso as haja, deverão ser calçadas do avesso. Fui a uma destas megastores de desporto e comprei umas meias de caminhada. Mas há tanta variedade... Existem as chamadas meias anti-bolhas, todas aerodinâmicas e mais parecem naves espaciais! E são caríssimas!!! O ideal será pedirem a um funcionário para vos dar a opinião dele. Mas cuidado! As opiniões podem ser muito variáveis. As que comprei não eram muito altas (apenas é necessário que cheguem um pouco acima do calcanhar - uns 5 a 10cm - para que não entrem areias para o pé), não tinham costuras expostas e eram bem grossas para aguentarem com uma grande quantidade de humidade. O ideal será trocarem de meias pelo menos 1 vez ao dia. Eu não fiz isso porque sempre que parava, aproveitava para arejar e secar os pés e reparava que estavam secas - relembro que não fiz bolhas. Mas as peles não são todas iguais...
Há também quem leve meias de lã e que use dois pares de meias. Sobre isso não posso opinar, porque não experimentei. E se não quiserem gastar dinheiro em meias novas poderão usar as vossas, mas viradas do avesso para que as costuram não firam os pés, provocando bolhas.
4 - Hidratar bem os pés
Uns dias antes da grande caminhada, é importante começar a hidratar bem os pés, sobretudo para quem não tem o hábito de o fazer - esta atitude faz diminuir o risco de aparecimento de bolhas e calos. Pode usar-se um bom hidratante, mas nada melhor que um creme gordo, como é o caso das famosas latas azuis! Durante a caminhada é imperioso manter os pés bem lubrificados, pelo que recomendo a vaselina que faz diminuir o atrito entre os dedos, os pés e as meias e calçado. Há também quem use talco e "Vick Vapo Rub" com sucesso, mas isso já não experimentei por ter ficado cliente da vaselina.
5 - Medicamentos a levar
Quem tem de caminhar com as coisas para todos os dias às costas, deve minimizar a carga (o que não foi o meu caso). Ainda assim, há uma "farmácia básica" que se deve considerar:
- um bom creme para pernas cansadas, que deve ser aplicado com uma massagem vigorosa no final da caminhada e em mais 1 ou duas vezes por dia, caso haja necessidade; passados poucos segundos de ser aplicado, transmite uma sensação de frescura muito intensa, o que ajuda a aliviar o cansaço e as dores (fiquei fã);
- analgésicos para as dores musculares (a farmacêutica aconselhou-me a usar anti-inflamatórios só se tivesses dores muito grandes, ou fizesse alguma pequena lesão, por exemplo, dado que ataca severamente o estômago); confesso que só os tomei por causa das dores de cabeça, muito provavelmente devido à forte luminosidade e calor, porque não há nada pior do que estar a fazer uma caminhada durante horas com dores na "moleirinha";
- Protector solar com factor elevado (o sol do interior queima tanto como o da praia...);
- Depois levei uma série de tralha que não usei mas que, caso fosse preciso escusaria de andar à procura de uma farmácia (depois de fazermos uma caminhada destas apercebemo-nos do quão importante é economizarmos quilómetros) tais como: anti-inflamatório em creme, creme para as pisaduras, anti-diarreico, etc.
6 - Mochila
Sobre este assunto não tenho muito a partilhar, uma vez que tive a sorte de ter sido acompanhada sempre pelos meus sogros e respectivo "carro de apoio". Por isso, a única coisa que levei comigo foi uma bolsa de cintura com:
- Cartão de Cidadão;
- Cartão multibanco;
- Dinheiro;
- Telemóvel;
- Barritas de cereais/rebuçados (também levei chocolates pequenos, mas não é muito boa ideia porque derretem com muita facilidade);
- Lenços;
- Garrafa de água.
Para quem tem que levar literalmente a "casa às costas", recomendo que sejam extremamente racionais, porque as dores e o cansaço se multiplicam exponencialmente por cada quilo a mais que tenham que levar.
7 - Vestuário
A quem, como nós os dois, opte por caminhar durante o dia, aconselhamos roupa leve, fresca (muito transpirável e que seque com facilidade) e confortável. Caso seja necessário e possível, sobretudo para quem transpirar muito, deve mudar-se de roupa a meio do dia.
Começamos a caminhar sempre às 07h00 e, apesar de ser Verão, ainda estava fresco, pelo que não dispensámos uma camisola ou casaco de algodão. Estes também devem ser leves para poderem ser amarrados à cintura quando o calor apertar...
Durante o dia, optei sempre por usar a roupa que uso no ginásio por reunir todas as características atrás mencionadas. Mas atenção às calças/calções com gancho baixo porque podem provocar bolhas/feridas nas coxas, junto às virilhas! E mais uma coisinha: quanto mais exposto o corpo estiver ao sol, mais queimado ficará (apesar de usar protector elevado, fiquei com um bronzeado invejável... à ciclista).
O chapéu é também uma peça indispensável, para ajudar a suportar o calor e a luminosidade. O meu marido comprou um óptimo numa megaloja de artigos de desporto, superventilado que evita que a cabeça coza debaixo de temperaturas abrasadoras! E, claro, um bom par de óculos de sol, para não cansar muito a vista. Pessoalmente, recomendo lentes polarizadas porque são extremamente confortáveis (mas as outras lentes também servem).
Finalmente, e não menos importante, não se deve esquecer o colete fluorescente reflector. Este ítem não deve ser esquecido sobretudo durante a noite, nevoeiro e caminhadas em estradas sem passeios, como é o caso do IC2, que constitui grande parte do percurso. Existem à venda também umas t-shirts e corta-ventos do género, mas o colete é bem mais económico!